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domingo, 18 de dezembro de 2011

Educação em todo lugar



Não é só na escola que descobrimos coisas novas. O aprendizado pode acontecer em qualquer lugar e não é necessariamente algo chato ou metódico. Em linhas gerais, aprender significa colocar em prática um novo conhecimento, seja uma receita de bolo, seja o nome de uma árvore, seja uma música ou seja um conceito de física. "Em geral, o aprendizado acontece da seguinte maneira: observamos algo desconhecido, manipulamos, organizamos, classificamos e utilizamos esse conhecimento em situações novas", explica Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP.

Por meio de uma brincadeira, por exemplo, a criança pode aprender habilidades sociais que serão fundamentais na vida adulta. "Na brincadeira a criança fica ativa tanto mentalmente quanto fisicamente. É uma forma de ela interagir, aprender a seguir regras, contestar e desenvolver autonomia", diz Maria Ângela, que também coordena o núcleo de cultura e estudos do brincar da PUC-SP. É por isso que, durante as férias, também é possível aprender muito - seja em viagens, seja em passeios na própria cidade, seja em casa: lendo um livro ou jogando cartas com os amigos. Em sala de aula, o aprendizado passa por um planejamento, fora dela acontece naturalmente, é absolutamente informal, mas não menos importante. "Não é só indo na escola que se aprende. Crianças e jovens podem aprender com avós, tios e até mesmo entre eles", diz a professora.

Os pais, por sua vez, têm um papel fundamental na aprendizagem dos filhos. "Ouvir músicas juntos, ler livros, andar de bicicleta, além de ensinar, estabelece vínculos maiores entre pais e filhos", diz Maria Ângela Barbato Carneiro. Dependendo da abordagem usada pelos pais, uma visita ao museu pode ser muito divertida. "Não podemos adotar um discurso chato e professoral na hora de levar crianças e jovens a cinemas, museus e teatros. É preciso associar esses programas ao lazer", diz Verônica Dias, professora de cinema e televisão da PUC. O segredo é respeitar o tempo do jovem e da criança.

À medida que o jovem vai criando um repertório, é legal oferecer mais diversidade, sem forçar nada, é claro. Se ele só comer arroz e feijão não saberá que gosta de macarrão. A única maneira de alguém descobrir se gosta de uma atividade é experimentando. "As pessoas só se interessam por aquilo que têm contato. A criança e o jovem não vão gostar de livros, museus e filmes se não forem apresentados a esse universo", diz Verônica Dias, professora de cinema e televisão da PUC.

Mas espera aí? Férias não são para descansar? O descanso não é importante para a mente relaxar e ficar pronta para novos conteúdos? "Sim, a criança nas férias também tem de brincar, ficar em casa e com os amigos", diz Luciana Fevorini, coordenadora pedagógica do ensino fundamental e médio do Colégio Equipe. Mas há crianças que têm energia demais pra ficarem paradas. O mais importante nesse período é não forçar a nada e deixá-las escolher o que vão fazer. Dessa maneira, elas poderão aproveitar e aprender mais.

Fonte Educar pra Crescer

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Como se divertir e aprender em casa



Para afastar seu filho de um mês em frente à TV a receita são os jogos e as brincadeiras. Jogos de cartas e de tabuleiros são divertidos e podem ensinar muita coisa. "Você estimula o raciocínio, mas também aprende a lidar com regras, dificuldade, interagir com os outros e até a perder", diz Luciana Fevorini. Muita gente acha que brincadeira só serve pra divertir, o que é um erro. Na infância, as brincadeiras são uma das principais fontes de aprendizado. "Nelas as crianças podem errar e tentar de novo sem se frustrar. É uma forma dela interagir, aprender a seguir regras, contestar e se expressar", diz Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da faculdade de Educação da PUC-SP DICA: Procure conversar com seu filho sobre o que ele brincou no dia. Dê asas à imaginação dele e estimule coisas novas.

Fonte: Educar para crescer

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A ORIGEM DO CORDEL
 
*
 
Foi na oralidade
Que brotou nosso cordel
Na voz do cantador
Rapsodo, menestrel
Do semi-árido nordestino
Do  casebre campesino
Ao salão do coronel. 

Surgem as tipografias
Com um trabalho de artesão
Leandro Gomes de Barros
Faz a primeira impressão
Começa a literatura
De tradição e cultura
Com os motivos do sertão.

Mas a viola não parou
De tocar o seu baião
Acompanhando os cantadores
Nos confins do meu sertão
E o poeta de bancada
Fez da caneta espingarda
Defendendo  tradição.

No Brasil da ignorância
O cordel foi a  salvação
Divertiu e informou
E orientou  o cidadão
Muito humilde e explorado
Quase sempre castigado
Pelas secas do sertão.

As mulheres no cordel
Sempre fizeram bonito
Xica  Barroso e Tabana
Hoje cantão no infinito.
Mas Mocinha de Passira
Como uma agulha de safira
Vai ampliando seu grito.

Em nossa academia
No palco ou no plenário
Tem a Madrinha Mena
Tem a  Dalinha e a Rosário
Trabalhando noite e dia
No mundo da poesia
Sem troféu e sem salário.

Neste instante eu apelo
As elites da nação
A cultura de raiz
Merece mais atenção
Porque a mídia é só consumo
Não tem esquadro nem prumo
Para erguer um cidadão.

Nosso cordel tem assunto
Pra qualquer academia
Seja na literatura
Ou na antropologia
Costumes e tradições
Coronéis e lampiões
Eu deixo pra sociologia.

O encontro de poetas
E rodas de cantoria
É um projeto do Fernando
Com sua sabedoria
Ele traçou os itinerários
Convidou os operários
Das sendas da poesia.

Autor: IVAMBERTO
RIO DE JANEIRO
12-03-2011.
Visite também: www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.rosáriocordel.blogspot.com

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cordel Natalino


Muito criativa a forma em que está sendo contada a história do verdadeiro sentido do Natal, ou seja, a comemoração do nascimento de Jesus. A literatura de cordel é um gênero popular, de fácil compreensão (pois fala a língua do povo), além de ser um ótimo recurso para ser trabalhado em sala de aula.

O Cordel do Bullying



BULLYING ESCOLAR:
A peleja da covardia com a senhora educação
Autores: Advs. ISAAC LUNA E INÁCIO FEITOSA
 
I
 
Esse cordel tão modesto
Mas feito com consciência
Pretende sintetizar
Com clareza e eficiência
O significado de bullying
Como assédio ou violência
 

II
 
O bullying pode ocorrer
No ambiente de emprego
No parque ou no futebol
Causando desassossego
Espalhando a discórdia
A violência e o medo
 
III
 
Tem também o cyberbullying
Que ocorre no Orkut
Nos sites da internet
No twitter ou facebook
Qualquer um pode ser vítima
Seja pobre, rico ou Cult
 
IV
 
Até mesmo na escola
Lugar de cidadania
Do respeito às diferenças
Palco da democracia
Há o bullying escolar
Uma tremenda covardia
 
V
 
Isso mesmo meu amigo
Se atualize sem demora
Preste muita atenção
Ao que vou dizer agora
O Bullying também ocorre
No chão das nossas escolas!
 
VI
 
E é sobre esse último caso
Que agora vou falar
A terrível violência
Que vive a nos rodear
Principalmente a que ocorre
No ambiente escolar
 
VII
 
A discriminação é a base
Do assédio praticado
Com o intuito de humilhar
O sujeito atacado
Constranger ou meter medo
Pra deixá lo acuado
 
VIII
 
Também há o preconceito
Como chave desse mal
Seja ele de estética
Ou de classe social
De racismo deslavado
Ou de escolha sexual
 
IX
 
Apelidos humilhantes
Xingamentos raciais
Palavrões e ameaças
Atitudes imorais
Esses são alguns exemplos
Mais existe muito mais…
 
X
 
O importante é entender
Que bullying é covardia
É o ato do valentão
Praticado dia a dia
Contra aquele que é mais fraco
Ou que está em minoria
 
XI
 
A violência se apresenta
De maneira variada
Pode ser psicológica
Quase sempre com piadas
Ou então pode ser física
Na base da cassetada
 
XII
 
O resultado é a dor
E o sofrimento da criança
O afastamento social
E a perda da esperança
Pra dar basta a essa moléstia
É preciso haver mudança
 
XIII
 
Pensando nisso educadores
Preocupados com a questão
Reunidos em debate
Da Confraria da Educação
Propuseram uma lei
Pra regulamentar a questão
 
XIV
 
A Assembleia Legislativa
Do Estado de Pernambuco
Recebeu esse projeto
E depois de muito estudo
Aprovou a nova lei
Pra acabar com esse absurdo
 
XV
 
Com a Lei 13.995 de 2009
Qualquer um pode fazer
Uma denúncia contra o bullying
Na polícia ou na OAB
A um promotor de justiça
Também dito MP
 
XVI
 
Mas é bom não esquecer
Que é uma lei estadual
E é preciso unir forças
Pra torná la federal
Aprovando o seu texto
no congresso nacional
 
XVII
 
O bullying é uma vergonha
É pura contradição
É a derrota da escola
Da universidade e da nação
Diante da prepotência
Do covarde valentão
 
XVIII
 
Por isso é preciso haver
Grande mobilização
Pra não se fazer vista grossa
A essa situação
Enfraquecendo o valor
Da real educação
 
XIX
 
O professor é responsável
O coordenador também
Os pais e os alunos
Todo mundo e mais alguém
No combate contra o bullying
Não se isenta seu ninguém
 
XX
 
A OAB de Pernambuco
E a Confraria da Educação
De mãos dadas com a sociedade
Ao bullying dizem não
Em respeito à cidadania
E aos direitos do cidadão.
Texto: Advs. ISAAC LUNA E INÁCIO FEITOSA
Ilustrações: Ivo Andrade
Diagramação: Osvaldo Morais Recife: 2010

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Origem do Natal e o significado da comemoração




O Natal é uma data em que comemoramos o nascimento de Jesus Cristo. Na antiguidade, o Natal era comemorado em várias datas diferentes, pois não se sabia com exatidão a data do nascimento de Jesus. Foi somente no século IV que o 25 de dezembro foi estabelecido como data oficial de comemoração. Na Roma Antiga, o 25 de dezembro era a data em que os romanos comemoravam o início do inverno. Portanto, acredita-se que haja uma relação deste fato com a oficialização da comemoração do Natal.

As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) ao menino Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.

Do ponto de vista cronológico, o Natal é uma data de grande importância para o Ocidente, pois marca o ano 1 da nossa História.


A Árvore de Natal e o Presépio

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.

Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Esta tradição foi trazida para o continente americano por alguns alemães, que vieram morar na América durante o período colonial. No Brasil, país de maioria cristã, as árvores de Natal estão presentes em diversos lugares, pois, além de decorar, simbolizam alegria, paz e esperança.



O presépio também representa uma importante decoração natalina. Ele mostra o cenário do nascimento de Jesus, ou seja, uma manjedoura, os animais, os reis Magos e os pais do menino. Esta tradição de montar presépios teve início com São Francisco de Assis, no século XIII. As músicas de Natal também fazem parte desta linda festa.




O Papai Noel : origem e tradição

Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.

Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele.

A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

A roupa do Papai Noel 

Até o final do século XIX, o Papai Noel era representado com uma roupa de inverno na cor marrom ou verde escura. Em 1886, o cartunista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weeklys neste mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da Coca-Cola mostrou o Papai Noel com o mesmo figurino criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudando a espalhar a nova imagem do Papai Noel pelo mundo.

Curiosidade: o nome do Papai Noel em outros países

- Alemanha (Weihnachtsmann, O "Homem do Natal"), Argentina, Espanha, Colômbia, Paraguai e Uruguai (Papá Noel), Chile (Viejito Pascuero), Dinamarca (Julemanden), França (Père Noël), Itália (Babbo Natale), México (Santa Claus), Holanda (Kerstman, "Homem do Natal), POrtugal (Pai Natal), Inglaterra (Father Christmas), Suécia (Jultomte), Estados Unidos (Santa Claus), Rússia (Ded Moroz).

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ora Bolas - Palavra Cantada


Oi, oi, oi... olha aquela bola
A bola pula bem no pé, no pé do menino
Quem é esse menino! Esse menino é meu vizinho!
Onde ele mora! Mora lá naquela casa!
Onde está a casa! A casa tá na rua!
Onde está a rua! Tá dentro da cidade!
Onde está a cidade! Do lado da floresta!
Onde é a floresta! A floresta é no Brasil!
Onde está o Brasil,ta na América do Sul continente americano cercado de oceano das
terras mais distantes de todo o planeta
E como é o planeta!O planeta é uma bola que rebola lá no céu
(biz)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Quais as causas da agressividade nas escolas?


Tema recorrente em nossas escolas; a indisciplina e agressividade infantil e adolescente. Quésia Bombonatto Presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia nos fala sobre esse assunto.






quinta-feira, 17 de novembro de 2011

XV Encontro de Psicopedagogia do Ceará

 Galeara Matos, Psicanalista, Psicopedagoga e Mestra em Educação.
 Quésia Bombonatto, Psicopedagoa presidente da ABPp- SP

 Andréa Aires, Fonoaudióloga e Psicopedagoga, e Leide Psicopedagoga do Piauí 


Zeza Weyne, Fonoaudióloga e Psicopedagoga, orientadora do meu trabalho monográfico e grande incentivadora de minha apresentação no XV Encontro de Psicopedagogia do Ceará

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Entrevista: Alicia Fernández

A especialista argentina completa 40 anos de psicopedagogia e analisa importantes questões que envolvem as dificuldades de aprendizagem.
Por Luiza Oliva

A psicopedagoga argentina Alicia Fernández foi uma das precursoras da psicopedagogia no Brasil e é responsável pela formação de parte dos profissionais da área em nosso país. É autora de Os idiomas do Aprendente, O Saber em jogo, A Inteligência Aprisionada e A Mulher escondida na professora (todos pela Artmed) e de Psicopedagogia em Psicodrama – morando no Brincar (Editora Vozes). A especialista estará no Simpósio Internacional de Psicopedagogia - Instrumentos diagnósticos e intervenção: novas práticas psicopedagógicas, realizado pela ABPp, dias 5 e 6 de setembro em São Paulo, ministrando o curso Autorias Vocacionais. De Buenos Aires, onde é diretora da Escola Psicopedagógica de Buenos Aires, Alicia concedeu esta entrevista à Direcional Educador, onde analisa questões que envolvem os problemas de aprendizagem.

DIRECIONAL EDUCADOR - Como a senhora pode definir as dificuldades/problemas de aprendizagem?
ALICIA FERNÁNDEZ - Antes de falarmos de dificuldades ou problemas, devemos falar de capacidades e possibilidades. Somente assim poderemos realizar duas tarefas: primeiro, tratar dos problemas e segundo, o que é mais importante, evitar que apareçam. A aprendizagem não é um meio para se obter outra coisa. É um fim em si mesmo. Nós humanos nascemos carentes. Somos os mais indefesos da espécie animal. O filhote humano se faz humano graças à aprendizagem. Esta “fraqueza” instintiva orgânica é seu grande potencial. Porque, como todo bebê nasce imaturo biologicamente, sem os mínimos recursos próprios para sobreviver, precisa de outro humano que o ensine, que o reconheça como semelhante, que queira e que acredite que pode aprender. Todo aprender é problemático, porque inclui, no mínimo, três sujeitos: “o aprendente”, “o ensinante” e o sujeito social (a sociedade na qual está inserido). Não é o organismo que aprende, ainda atividades quase biológicas como o caminhar, o controle dos esfíncteres, o comer sozinho; para serem adquiridas não requerem apenas um organismo sadio, e sim, principalmente, uma aprendizagem. Aprendizagem que ocorrerá de acordo com o ambiente, mais ou menos favorável no qual a criança se desenvolve. Quer dizer, se falamos de dificuldades de aprendizagem, falamos de dificuldades no ou para o meio familiar, e ou educativo/ ensinante.

Como o meio interfere nos problemas de aprendizagem?
A palavra interferir é diferente de intervir. O meio sempre intervém, e às vezes pode interferir. Que quero dizer com isto? Inter-vir (vir “entre”). Inter-ferir (ferir “entre”). Maravilha dos nossos idiomas. Nossa tarefa consiste em “intervir” e conseguir que o meio não “interfira”, negativamente. Como estávamos dizendo, não se pode esquecer do diagnóstico do “meio”, do ambiente, quando realizamos um diagnóstico psicopedagógico. A partir desta idéia central, eu escrevi meus dois primeiros livros: A inteligência aprisionada, nele trago fundamentos de como a família pode ser possibilitadora ou produtora de problemas de aprendizagem dos filhos, e deste modo, estruturo um modelo de diagnóstico interdisciplinar familiar, que venho utilizando em diversos países. E no meu segundo livro traduzido em português, A mulher escondida na professora, explico e fundamento o lugar e a importância dos professores, tanto como agentes de saúde na aprendizagem, como às vezes (ainda que sem propor a sê-lo) como desencadeadores de problemas de aprendizagem. A escola, e todos os seus atores, têm um papel subjetivante em relação aos alunos. Nós, humanos, aprendemos a partir de identificações com nossos ensinantes, e somente em um ambiente familiar, e depois, no escolar e social, que nos aceite como seres pensantes. Quero dizer, que permita e favoreça nossas perguntas, dê lugar à diferença, em síntese, que favoreça a autoria de pensamento. A inteligência se constrói, a atividade de pensamento se constrói, como também a atenção e a capacidade de se prestar atenção.

Como a senhora entende a abordagem organicista a respeito das dificuldades de aprendizagem?
As tendências à patologização dos avatares da aprendizagem se acrescentam, promovidas pela indústria farmacêutica e pela difusão das notícias pela mídia. Sem dúvida, tal discussão não teria o êxito alarmante que está tendo, se não se sustentasse nas formas de subjetivação impostas pela sociedade do mercado globalizado. Preocupa-nos a inquietante proliferação de posturas que não só psicopatologizam e medicalizam os mal estares psíquico-sociais, como também consideram suspeita e até perigosa a própria atividade da alegria e o brincar, desvitalizando a autoria de pensamento. Quanto se trata de crianças e da aprendizagem, tal tendência encontra fáceis adeptos e propulsores em professores e pais aprisionados pelas lógicas da competitividade, pela eficiência (que mata a eficácia) e pelo cumprimento imediato para se chegar a um fim exitoso, sem considerar os meios para se alcançá-lo. A aprendizagem perde assim seu caráter subjetivante – fim em si mesmo - para transformar-se em um triste meio para obter um resultado exigido pelo outro. A atividade de pensar é fascinante. Como se produz a maravilhosa e transformadora atividade de pensamento? A “fábrica” de pensamentos não se situa nem dentro, nem fora da pessoa, está localizada entre. “Entre”, em psicopedagogia, não é uma palavra a mais, é um conceito. A atividade do pensar nasce na intersubjetividade promovida pelo desejo de se fazer próprio que nos é desconhecido, mas também nutrida pela necessidade de entendermos e que nos entendam. O pensar, ademais, se alimenta do desejo de que este outro nos aceite como seu semelhante. Desejos, aparentemente contraditórios, mas que juntos vão armando a trama do nosso existir em sociedade. Entendendo assim a atividade do pensar, poderemos encontrar outros caminhos para a construção de regras. A função do pensamento em seu sentido mais radical tem a ver com superar a racionalidade pragmática. A sustentação do pensar se dá naquilo que se quer alcançar e não no que está dado. Definimos a inteligência como a capacidade de desadaptar-se criativamente. Quando o modo de pensar perde a provisioriedade necessária a todo o pensar, as observações descritivas e particulares são utilizadas como se fossem explicações gerais. O devastador de tal modo de pensar abrange não somente os sujeitos observados, e assim transformados em “objetos”, como também a quem pretendemos “diagnosticar”. As perturbações na aprendizagem expressam uma mensagem que é sempre singular. O “rótulo” esconde a mensagem que está entrelaçada no drama singular de cada criança ou jovem. A abordagem clínica consiste na exploração desta dramática.

Pode explicar o conceito de aprisionamento da inteligência?
A inteligência se constrói. Não nascemos inteligentes, nascemos com a possibilidade de sermos inteligentes, quer dizer, de podermos eleger nosso destino. A maioria das crianças diagnosticadas como deficientes mentais, não o são. Sua inteligência encontra-se aprisionada. Quando, 20 anos atrás, publiquei o livro A inteligência aprisionada, a indústria farmacêutica não havia penetrado nas escolas do modo que ocorre hoje, e os efeitos devastadores do neoliberalismo não colonizavam as mentes de tantos profissionais como na atualidade, portanto não considerava urgente denunciar a medicalização das crianças. Ademais, o pretendido caráter orgânico e hereditário da inteligência já estava suficientemente questionado pela epistemologia genética, pela psicanálise, pela sociologia da educação e pela psicopedagogia. Apoiando-me nestes saberes, que contextualizam a inteligência humana em um sujeito inserido em um meio familiar e social, pude explicar os possíveis e diferentes aprisionamentos de que padece a mesma. A partir destes aportes teóricos e clínicos consegui propor outros modos de “diagnosticar” a capacidade intelectual frente a aqueles que pretendiam fazê-lo através de “cocientes intelectuais” (CI) e percentuais. Em síntese, sobre a atividade intelectual estavam então (e estão agora) suficientemente estudadas uma série de questões: que a inteligência se constrói; que tal construção nasce e cresce na intersubjetividade - pelo que não pode explicar-se do ponto de vista neurológico - e que os meios ensinantes (familiares, educativos e sociais) participam favorecendo ou perturbando a capacidade de pensar. Quer dizer, para questionarmos os modos instituídos de pensar a inteligência, contávamos então com teorias que desde o século XX vinham rebatendo as idéias de épocas anteriores que a consideravam uma função orgânica. A situação varia quando se trata de pensar a atividade atencional. Os diagnósticos de “déficit de atenção” se realizam sobre supostos (não explícitos) que desconhecem os avanços produzidos no século XX em relação aos estudos da subjetividade humana e da inteligência. Assim, atualmente se definem tipos de atenção de modo semelhante ao determinado pela psicologia experimental do século XIX. Necessitamos analisar a atenção aprisionada, para diferenciá-la da desatenção reativa (e a ambas dos poucos casos de dano neurológico que comprometem a atenção). Hoje é urgente trabalhar e estudar a capacidade atencional como aquilo que é: uma capacidade. Partindo desta postura, a psicopedagogia pode fazer importantes aportes.

Há quantos anos trabalha com a psicopedagogia? Pode fazer um breve histórico de como iniciou na área? E como vê a evolução da psicopedagogia nesse período? 
Neste ano completam-se 40 anos que desenvolvo a maravilhosa atividade da psicopedagogia. Fazer psicopedagogia é uma atividade que não somente nos permite, como também exige fazermos por nós mesmos, o que podemos fazer pelos outros. A exigência de fazer por nós mesmos se refere a ir re-significando nossas próprias modalidades de aprendizagem/ensinagem, e ir nutrindo as fontes propiciadoras de nossa própria autoria de pensamento. Uma destas fontes é a “alegria” que vem de mãos dadas com a capacidade de surpreender-se. Você me pergunta como iniciei minha carreira. Na Argentina, a psicopedagogia é uma formação que ocorre na graduação. Eu comecei trabalhando como orientadora educacional em escolas de regiões carentes, as quais me serviram como uma grande aprendizagem, já que ao mesmo tempo em que estudava na faculdade, podia receber as perguntas que aquela realidade educativa colocava a professores e alunos.

Como vê o futuro da psicopedagogia? Há exageros na questão do encaminhamento psicopedagógico? 
Um dos aspectos da subjetividade – mais atacado pela sociedade neoliberal – é a possibilidade de pensar. Este ataque é lento, persistente e perigoso. Vai se dando imperceptivelmente. Jovens e adultos o sofremos. Na escola se evidenciam os efeitos de tal bombardeio. Nos alunos se manifesta como um aborrecimento-tédio e pode expressar-se como “desatenção”. Nos docentes pode aparecer como desânimo e “queixa-lamento”. Portanto o futuro da psicopedagogia depende da postura que cada psicopedagogo pode ir construindo, quer dizer, priorizando a saúde da aprendizagem tanto nas escolas, nas famílias e nos meios de comunicação. Esta é a tarefa principal. Encaminhar uma criança ou jovem a um tratamento é só uma última instância. A psicopedagogia tem muito que contribuir se conseguir ser fiel à proposta psicopedagógica da saúde. Em síntese, frente à nossa inteligência aprisionada, a tarefa a de cada um de nós, como ensinantes e aprendentes, passa por: o autorizar-se a pensar; o permitir-se perguntar, o perguntar, o deixar espaço à imaginação e ao prazer de aprender; e, em conseqüência, ao prazer de ensinar.
 
 
Matéria publicada na Revista Direcional Educador - edição 43 de agosto/2008  

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A lenda do brilho da Lua


Essa linda animação conta a história de um rei malvado e invejoso que queria roubar o brilho de uma princesa. Nasce assim, a Lenda do Brilho da Lua. Vale a pena passar para as crianças.

A Lenda do Brilho da Lua

Era uma princesa
Tinha um brilho forte no olhar
Via nas estrelas
Companheiras de brincar

Houve um rei malvado
Invejoso pra danar
Quis roubar seu brilho
Transformar em pó
E tomar com água

Pra ficar mais belo
De se admirar
Para ter seu brilho
Que ninguém podia pegar

Ele fez de tudo
Mas não conseguiu arrancar
Ficou furioso
E mandou castigar

Nem o castigo cruel
Seu brilho pode apagar
E o rei então
Prendeu-a no céu
E ela vive na lua
Que vive a brilhar

 

Boas ações na escola






segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A menina que odiava livros


Essa pequena história é baseada no livro de mesmo nome, da escritora indiana chamada Manjusha Pawagi.Vale a pena conferir essa pequena animação, muito linda a história.