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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Zona de Desenvolvimento Proximal - Vygotsky na prática





 
Artigo de Sandro George Luciano Prass - Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática. Universidade de Caxias do Sul, RS, Brasil. prof.sandroprass@gmail.com 
2013

Saviani, sobre Direitos de Aprendizagem: documento é mais do mesmo

 Demerval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foto: Carolina Freitas    

Demerval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foto: Carolina Freitas

 Professor emérito da Unicamp critica a criação da proposta que está em discussão no Conselho Nacional de Educação e definirá o que todos devem saber ao concluir o 3º ano do Ensino Fundamental 

 Em entrevista a NOVA ESCOLA, Dermeval Saviani, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), critica a elaboração do documento sobre direitos de aprendizagem, que está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). O material definirá o que os estudantes devem aprender em todas as disciplinas do 1º ao 3º ano do Ensino Fundamental. "Não adianta gastar tempo discutindo e aprovando esse documento enquanto as escolas seguem funcionando de forma precária", diz Saviani.

Elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), o documento Os Elementos Conceituais e Metodológicos para Definição dos Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento do Ciclo de Alfabetização (1º, 2º e 3º Anos) do Ensino Fundamental pretende auxiliar as redes de ensino na criação dos currículos e garantir uma base comum às escolas brasileiras. Agora, sob análise do CNE, o texto está aberto para consulta pública. As críticas e sugestões podem ser enviadas para o e-mail liaricci@mec.gov.br. Para a medida entrar em vigor, é preciso a aprovação do conselho e a homologação do MEC.
A seguir, Saviani analisa essa proposta e discute como ela dialoga com as diretrizes curriculares já existentes e com as avaliações externas. Também defende o que deve estar no cerne do debate sobre a qualidade do ensino.

Qual a sua avaliação sobre o material elaborado pelo Ministério da Educação?
  Dermeval Saviani Ele retoma um currículo que surgiu no século 19 e que propõe, grosso modo, o domínio da leitura, da escrita, do cálculo e dos rudimentos das Ciências Sociais e Naturais. O que essa nova orientação faz, com certo rebuscamento, é mudar as terminologias ao propor 30 direitos, 20 eixos estruturantes e 256 objetivos de aprendizagem. Isso não é suficiente para garantir a qualidade do ensino. Não adianta gastar tempo discutindo e aprovando esse documento, enquanto as escolas seguem funcionando de forma precária e os professores continuam a dar aula em três, quatro ou cinco escolas para compor um salário minimamente viável, com centenas de alunos e trabalhos para corrigir e uma formação precária.


Mas o currículo não está no cerne do problema na Educação? Saviani Ele é fundamental. Não acredito que a proposta possa ser considerada um currículo. O documento articula as áreas curriculares em eixos estruturantes, o que antes já recebeu outros nomes. Um currículo precisa ter conteúdos, objetivos e procedimentos de ensino.
Há muita polêmica sobre a definição dos tais direitos de aprendizagem, que já foram chamados de expectativas de aprendizagem. Qual sua avaliação?
  Saviani Acho estranho o uso desse termo e desnecessária a discussão. A legislação e os documentos existentes já deixam claro que a Educação é um direito de todos e um dever do Estado. Hoje, isso está um pouco invertido. Às vezes, brinco que a Educação é dever de todos e um direito do Estado. Porque é recorrente ouvirmos que esse não é só um problema do governo mas também da sociedade. Com isso, as responsabilidades são transferidas para outros setores. Temos de lembrar que desde a Revolução Francesa se firmou a ideia da escola pública, obrigatória e laica exatamente porque ela é um direito de todos.
É possível que ele seja apenas mais um documento entre outros que não chegaram à sala de aula, como as Diretrizes Curriculares Nacionais?
  Saviani Esse risco é grande. É o que tem ocorrido na maior parte dos casos. Por isso, comecei dizendo que há um desvio de prioridades. No Brasil, discutem-se e formulam-se documentos, mas não se atacam as raízes do problema, que são as péssimas condições de funcionamento das escolas, os baixos salários e a formação precária dos professores.
O senhor argumenta que, atualmente, as avaliações externas ditam às redes o que ensinar. A criação dos direitos de aprendizagem pode mudar esse quadro?
  Saviani Não há nada no texto que se contraponha a essa política que tem sido realizada de forma equivocada. Não sou só eu quem diz isso. Diane Ravitch, pesquisadora americana que influenciou e liderou a política de avaliação nos Estados Unidos, hoje é uma das principais críticas desse modelo que não faz avançar a Educação, pelo contrário. No Brasil, a disseminação dos testes tem obtido o mesmo efeito deletério que teve nos Estados Unidos: as escolas passam a ter como único objetivo passar na prova, deixando a formação dos professores em segundo plano. Isso é uma distorção. Por enquanto, não detectei nenhum movimento dos formuladores das politicas educacionais no sentido de reverter esse quadro. Hoje, são os exames que ditam o que é preciso fazer para que o Brasil tenha posições mais aceitáveis nos rankings, como o da Prova Brasil e do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, sigla em inglês).

  Fonte site Nova escola

http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/entrevista-demerval-saviani-direitos-aprendizagem-documento-mais-mesmo-739699.shtml?utm_source=redesabril_fvc&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_novaescola&

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cartazes com temas para roda de conversa







Muito importante para desenvolver oralidade, expressar vocabulário, estimular reconto oral de histórias cotidianas, são as rodas temáticas de conversação. Professor(a) estimule seus pequenos a contarem situações, fatos do dia a dia, eles estarão assim desenvolvendo competências necessárias a um bom aprendizado para futuras produções textuais. Bom trabalho amigos educadores!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Letras móveis


 


Números com rolinhos de papel higiênico





Com rolinhos de papel higiênico podemos fazer muitas coisas legais. E uma delas é  brincar com os números. Dessa forma, estaremos trabalhando conceito de número, quantidades, ordem, classificação, antecessor e sucessor além de trabalhar raciocínio lógico. Dentro dos rolinhos decorados, colocamos canudinhos coloridos das cores preferidas e com números de acordo com cada quantidade, e tudo o que sua imaginação permitir. As crianças adoram brincar de aprender os números. Faça com sua turminha! Abraços e bom trabalho amigos educadores.

sábado, 4 de maio de 2013

O primeiro boletim chegou, e agora?

Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia

Uma nova história da vida escolar dos filhos se inicia em milhares de lares brasileiros. O primeiro trimestre (para a maioria das escolas, uma vez que há aquelas cujas avaliações são bimestrais) é marcado por novidades, como professores e colegas novos, materiais diferentes, etc. No final, há a expectativa pelos primeiros resultados obtidos no ano. Ou seja, pelo boletim.

Este momento pode ser marcado por uma infinidade de sensações - alegria, medos, tranqüilidade, frustração. Mesmo assim, quase ninguém deixa de entregar o boletim, porque, seja qual for o resultado, ainda há muito tempo para compensar um mau desempenho.

A apresentação das notas vem normalmente acompanhada de justificativas, desculpas ou afirmações das mais variadas, dependendo do desempenho que os filhos conseguiram conquistar. Quando são bons, chegam logo dizendo "viu, mãe, eu disse que este ano seria diferente" ou ainda "pronto, agora você pode me dar aquele presente que prometeu". Quando não são tão satisfatórios, a conversa é outra: "Ainda é o primeiro trimestre. No próximo eu recupero." E também: "É aquele professor que não explica nada. Vá à escola reclamar dele!"
Seja em qual situação for, esse momento deve ser reservado para uma profunda análise da vida escolar, que recomeçou há pouco tempo, e um diálogo realmente franco e aberto para evitar futuras situações desagradáveis. Deixar o filho consciente das suas responsabilidades em relação à escola.

Aquelas crianças que têm o bom desempenho escolar como uma marca devem ser incentivadas a aprender mais, a aprofundar seus conhecimentos e a perceber que o estudo é o melhor caminho para a autonomia e para uma visão de mundo mais apurada e verdadeira. Deve-se mostrar também que não há lugar para trocas. Não é porque as notas estão boas que os pais têm obrigação de dar um presente ao filho. A criança precisa sentir que ela mesma está se presenteando e que está fazendo o melhor que pode por si mesma. Esse é o maior bem.

Aquelas crianças que têm algumas dificuldades de aprendizagem e necessitam serem acompanhadas mais de perto devem tomar o boletim como o resultado mais fiel de seus esforços. Não deverá ter críticas e cobranças se a criança apresentar dificuldade,  desde que ela seja encarada, e a busca da superação seja o objetivo maior. Pais e filhos precisam encontrar, através de um diálogo permanente, o caminho que deve ser percorrido para vencer as barreiras.

Muitas vezes, o problema está na forma como o aluno estuda. Nesse caso, a interferência dos pais pode ser muito importante e cabe uma avaliação conjunta sobre isso e também sobre o tempo que o filho está investindo nas atividades da escola, assim como o lugar em que realiza seus trabalhos. Às vezes, uma mudança nesses aspectos pode dar um fabuloso resultado.
Pode haver também divergências entre o sistema de avaliação da escola e as expectativas de rendimento escolar por parte da família. Isso deve ser discutido com a orientação da escola, que deve apresentar ao aluno a sistemática na qual está ele inserido e fazê-lo perceber qual seu papel nela, possibilitando assim um melhor entendimento do funcionamento da instituição. A orientação escolar ainda pode ajudar, e muito, em relação às formas de estudo, para um melhor aproveitamento e rendimento do aluno, bem como verificar o seu entrosamento no grupo, o que pode provocar alterações na sua vida escolar.
Mas acredito que o mais importante seja que as notas obtidas no primeiro trimestre não signifiquem prêmio ou castigo. Elas não podem ter essa conotação. Os pais devem orientar os filhos mostrando-lhes que esses resultados representam seu esforço, que a fase de estudante deve ser levada a sério e que, nesse momento de sua vida, o estudo deve ser encarado com responsabilidade. A vida estudantil não é simplesmente uma passagem pela escola. Trata-se, sim, da construção de valores e conhecimentos sistematizados que farão parte da herança cultural de cada um.

O boletim escolar e os avanços ou retrocessos que representa são um excelente pretexto para fazer o filho refletir sobre o seu papel na vida e sobre sua responsabilidade na construção de sua vida pessoal e profissional, bem como para estreitar os laços familiares. Enfim, transformar a entrega dos boletins do primeiro e, mais tarde, do segundo e do terceiro trimestre num momento de diálogo e de avaliação do processo pode ser o caminho para uma relação mais harmoniosa entre pais e filhos.

Mais do que resultados do boletim, acompanhar a vida escolar de um estudante é acompanhar as ocorrências, as oscilações para poder analisá-las junto à escola. Antes de partir para qualquer solução, antes de se desesperar, é importante que se defina qual é o problema com todos os seus contornos para promoção de alternativas que deverão ser discutidas por todos envolvidos neste processo. Só assim, a vida escolar desses estudantes poderá ser menos fragmentada, menos sofrida e causar menos danos à auto-estima. Todos nós temos capacidades e habilidades que precisam ser definidas e estimuladas. Aproveitá-las no projeto de ensino, através da adoção de diferentes estratégias, amplia as possibilidades de aprendizagem. Somente saber sobre a dificuldade não é suficiente para promover a ação educativa e a aprendizagem. É a partir dela que todo o projeto educativo pode ser direcionado.

Fonte: Diário Catarinence
 http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/dc-na-sala-de-aula/noticia/2013/05/o-primeiro-boletim-chegou-e-agora-4126102.html